Monday, April 17, 2017
Não se pode amar uma pessoa que se detesta a si própria.
"... E, nesta terra desgraçada, quase toda a gente se detesta a si própria, quase toda a gente se condena a si própria. Como poderá você amar uma pessoa que se condena a si própria? Essa pessoa não acreditará em si. Se ela não se ama como é que você se atreve. Se ela não se ama como pode você amá-la? Suspeitará de que se trata de uma brincadeira, de um embuste, uma rasteira. Suspeitará que você tenta enganá-la em nome do amor. Será muito cautelosa, vigilante, e essa suspeita envenenará o seu ser. Quando você ama uma pessoa que se detesta a si própria, esta a tentar destruir o conceito que ela faz de si própria. E ninguém deixa facilmente cair o seu auto-conceito; esse conceito é a sua identidade. Enfrentá-lo-á, provar-lhe-á que ela tem razão e você não.
É o que está a acontecer com todos os relacionamentos de amor ou antes a todos os relacionamentos chamados de amor. Acontece entre marido e mulher, entre amante e amado, entre homem e mulher. Como ousar destruir o conceito que o outro faz de si mesmo? Esse conceito é a sua identidade, o seu ego, é assim que ele se conhece a si próprio. Se você lho retira, ele deixará de saber quem é. É muito arriscado; ele não pode deixar cair o seu conceito assim tão facilmente. E provar-lhe-á que não é digno de ser amado, que só é digno de ser odiado. E o mesmo acontece consigo.
Também você se detesta a si próprio; não pode permitir que alguém o ame. Sempre que alguém se aproxima de si com energia amorosa, você encolhe-se, quer fugir, tem medo. Sabe perfeitamente que é indigno do amor, sabe que é só à superficie que parece ser tão bom, tão bonito; lá no fundo, você é feio. E se deixar que essa pessoa o ame, mais cedo ou mais tarde, e será mais cedo do que mais tarde, ela acabará por saber como você é na realidade.
Por quanto tempo será capaz de fingir perante uma pessoa com quem tem de viver apaixonado? Poderá fingir no mercado, poderá fingir no Lion's Club e no Rotary club... sorrisos, todo sorrisos.. Pode representar e desempenhar papéis lindamente. Mas se viver com uma mulher ou com um homem 24 horas por dia implica ter de se ficar íntimo. E tem-se medo de ficar intimo. Ser íntimo significa ter de pôr o seu papel de lado. E você sabe que é indigno, simplesmente desprezível; foi isso que lhe disseram logo desde o princípio. Os pais, os professores, os padres, os políticos, todos eles lhe têm dito que você é desprezível, indigno. Nunca ninguém o aceitou. Ninguém lhe disse que é amado e respeitado, que é necessário, que esta existência sentirá a sua falta, que sem si esta existência não será a mesma, que sem si haverá um buraco. Sem si este Universo perderá alguma da sua poesia, alguma da sua beleza; sentir-se-á a falta de uma canção, a falta de uma nota, haverá um hiato. E nunca ninguém lhe disse nada disso.
E o trabalho é esse: destruir a desconfiança que criaram dentro de si, destruir toda a condenação que lhe foi imposta, tirá-la e dar-lhe um sentimento de ser amado e respeitado, amado pela existência.
O que eu procuro é criar rebeldes, e o rebelde começa por confiar em si próprio. Se tiver contríbuido para a sua autoconfiança, tê-lo-ei ajudado. Nada mais será preciso, tudo o mais se seguirá de seu próprio acordo".
(in OSHO: Intimidade - Confiar em si Próprio e no outro).
"We accept the Love we think we deserve". <3
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