Thursday, January 1, 2015

Ao completo e ao que procura completar-se: Amor e Apego.

" Ao Apego, a dependência. A compensação, no outro, de uma falha básica de amor ao próprio, amor estrutural. A procura de ser-se amado porque o outro ama ou, amar para se sentir amado. A procura do amor para colmatar a tal falha essencial - dependência, possessão, necessidade de controlo e manipulação. Preenchimento de um vazio interno. A salvação!? Apego, no ser inseguro que busca completude em variáveis e circunstâncias externas que não do próprio. Egoísmo e não amor próprio. No apego, não se dá sem esperar receber de volta. Amor imaturo em que há a anulação da identidade do próprio.Porque tudo passa e, para tudo há um fim, o sofrimento voluntário, na dependência de um outro que é impermanente. É meia pessoa à procura de meia pessoa, com vista à completude. Erro! Tem por base a ideia de um amor uno, em que dois seres se completam. Não fossemos nós já completos antes do Amor a um outro. A junção de dois meios que perverte o que deveria ser Amor. Contudo, existe no imaginário e potencia um engano dos cinco sentidos em simultâneo. Mentir-SE a um próprio que nunca se amou. Apego como uma relação simbiótica, de dois sistemas que se auto-alimentam e, por isso dependem um do outro para viver.Por oposição, o Amor. A liberdade, autonomia e co-existência, partilha... uma homeostase de dois sistemas, precisamente em equilíbrio. A ausência de ganância, de egoísmo. É um conceito anterior a qualquer relação, no sentido em que existe um amor próprio, que permite que o Amor pelos outros seja mais honesto. Porque me amo, dou, partilho. Não procuro no outro compensações, valorizações ou preenchimento de vazio. Dar, sem esperar retorno. Genuinamente, isto! O espelho da felicidade do outro, numa dádiva sem expetativa de retorno. Amor, não porque se é amado, nem para que se seja amado. Amor, como define o dicionário, disposição dos afetos para querer ou fazer o bem a algo ou alguém. É querer genuinamente a felicidade do outro, em detrimento de "interesses" do próprio. O amor não mente, acontece... " (Andreia Aires Oliveira)

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