Thursday, January 1, 2015
Há 30 anos atrás foi assim...
Dizem que "surgi de uma ovulação extra e inesperada" da minha mãe; 9 meses depois esperavam-me paragens cardíacas num parto difícil e de urgência e, a muito custo, lá vim ao mundo. Já desde então vinha a lutar e, até aqui, creio que é algo que me define: não baixar os braços, não calar a voz.
Nada acontece por acaso e acredito que estava escrito algures que eu tinha que cá estar. Havia um propósito para eu cumprir. E tenho estado, com tudo. Vim para ficar. Para acreditar, para ser, para viver na entrega do que sou e do que faço. Não sei ser outra que não eu.
Estou aqui para descobrir e fazer o meu percurso, ser melhor pessoa a cada dia, mês, ano. Mantenho os meus principios e valores, o brilho no olhar e a coragem e "fome" de mais no coração, mesmo derrota após derrota. E hoje digo "à boca cheia" que tenho muito orgulho em quem me tornei. Hoje chego aos intas. 30. Número redondo mas pequeno, comparado com a imensidão de vida e de mundo que ainda me falta e me espera, que tenho pela frente.
"Crescer, afinal, custa. Demora, esfola, mas compensa. É uma vitória secreta, sem testemunhas, ou com poucas, onde o adversário somos nós mesmos". E, na maioria dos dias, posso dizer que venci-me. Superei-me. E tenho de me orgulhar de mim. Consegui manter a genuinidade de menina mas ganhei o bom senso, a sabedoria, profundidade, simplicidade, e cabeça de uma mulher que se tornou cheia e dona de si.
Hoje já não sou quem era; devo ser quem me tornei. E gosto muito mais de mim assim.
Desejo continuar a acreditar na felicidade que o mundo inteiro carrega, nas pequenas coisas; desejo que consiga aproveitar cada minuto da minha vida com um sorriso aberto e que nada nem ninguém me impeça de continuar a crescer, por dentro, sobretudo por dentro; desejo que o impossível seja apenas uma palavra e não um obstáculo; que os meus próprios desejos não se desvaneçam, que cresçam; desejo que os meus sonhos inteiros continuem a ser sonhados e, na hora certa, realizados.
Desejo sentir-me sempre serena e segura na minha pele. Desejo nunca parar de desejar (e de querer).
"Festejar o aniversário de alguém é mostrar que a sua existência merece o nosso contentamento". E chegar aqui a sentir-me tão "festejada", tão certa e tão feliz deixa-me grata e, portanto, tenho que agradecer, mesmo que não precise: À vida e ao mundo; a mim mesma; aos meus pais que me trouxeram "para cá" sem eu pedir e aos avós que foram mais que pais; às pessoas que fui perdendo pelo caminho mas que fizeram parte e me ensinaram sobre elas e sobre mim; mas, sobretudo, aos amigos-irmãos, que me conhecem como a palma da mão e, ainda assim, ou talvez por isso, me guardam e se deixam guardar. Que insistem em permanecer e me fazem sentir tão imprescindivel, amada, insubstituivel, única. Obrigada. Aos mesmos, poucos mas grandes, enormes, aos de sempre. Que me sabem tão bem, no bom e no mau, e me aceitam como eu sou, com tudo o que dou, sei, faço, aconteço. São talvez as únicas pessoas que podem verdadeiramente falar de mim, sem julgamentos ou artifícios.
Agradeço por terem aparecido e permanecido, agradeço por todas as palavras que já me disseram, atitudes que tiveram, lágrimas que acolheram e todos os risos que já me arrancaram. Vos amo e não é pouco. É daqueles amores que não cabem em palavras... nem na vida.*
Hoje estou feliz. Sou muito, tão, feliz. E hoje sei que a felicidade é a de cada um...
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