Thursday, January 1, 2015

Despacha-te.

"Eu tenho a mania de assustar os homens, com todas estas conversas de amor verdadeiro e laços que não se quebram por nada que a vida nos possa trazer. Há dois tipos de pessoas dentro de uma relação, ou até mesmo fora dela. Existem as pessoas que acreditam no amor e que por mais quedas e tropeções que o destino lhes dê, vêm sempre a tal luz ao fim do túnel, que se proporcionam sempre a sofrer por amor mais uma vez, com a ínfima hipótese de dar certo. E depois há aqueles que já não se dão ao trabalho, e constituem assim o conjunto de pedras que vamos apanhando pela nossa vida fora. Um dia foram nós, calçaram os nossos sapatos, e prometeram mundos e fundos a alguém que lhes falhou na promessa, e se há coisa que eu sei, é que não há nada que magoe mais do que uma promessa falhada para quem cumpre a sua palavra. Hoje as pessoas não namoram, ficam juntas. Dormem agarradas umas ás outras, mas não andam de mão dada na rua. Oficializar uma relação nas redes sociais parece ser a maior prova de amor que se dá no século XXI, e perdoar uma traição quase que parece bonito e romântico. Aprendi com o tempo, que quem ama não trai. Seja de uma maneira ou outra, não se magoa quem se gosta. Não faz sentido, e se só é fiel quem pode e não quem quer, então devíamos ter que passar por uma série de testes para podermos dizer a alguém que o amamos. Testes cognitivos, físicos, testes do verdade ou consequência e quizz's, e se é crime mentir sobre aquilo que se vê, então mentir a alguém ao dizer que o amamos deveria ser também. Já me mentiram muito ao longo do tempo, mas prefiro acreditar que quem o fez, não foi por pura maldade ou com más intenções, mas sim porque nem todos temos a capacidade de amar incondicionalmente, e esse tipo de amor assusta as pessoas. Aquele tipo de sentimento em que dizemos a alguém que o vemos daqui a seis meses, com todas as certezas do mundo que ainda o vamos querer abraçar e beijar da mesma forma, ou que daqui a um ano fazemos as malas e acabamos por mudar a nossa vida, porque achamos que sair à rua não tem o mesmo sentido se não tivermos a possibilidade de nos encontrarmos com a pessoa que gostamos.O tempo assusta as pessoas, a distância, as inseguranças, o "não saber o plano para amanhã", mas a realidade, é que ninguém sabe o minuto a seguir, e se não estamos predispostos a arriscar o ano que vem, então não deverá ser essa a pessoa a quem damos a mão na rua. O amor não foi feito para os preguiçosos, foi feito para os soldados, por isso, despacha-te a aparecer e a ficar. Não apareças só por aparecer, eu odeio quem não se deixa ficar do meu lado. Não te deixes assustar por o aspecto que ás vezes tenho, por ser a mistura entre a mulher que ninguém quer andar de mão dada por saber os riscos que corre, e a mulher com quem se querem casar por as promessas que faz. Eu prometo e juro-te, que não deixo de te ver com encanto, passe o tempo que passar ou passes as fases que passares. Vou-te amar da mesma maneira que te amo quando acordo a meio da noite e olho para ti, nunca deste por nada, mas eu estou lá. Os dias não vão ser todos perfeitos, eu já nasci com alguma bipolaridade inserida em mim e afinal de contas, quem nunca nasceu. Tenho dias em que acordo com um brilho diferente e me rio de manhã à noite, tenho outros menos bons em que me lembro de todas as promessas que já me fizeram. Mas vou-te amar nos dois. Não te vou dizer metade do que penso. Guardo muita coisa para mim, tu sabes, quando estamos deitados na cama a olhar para o nada e a falar, há coisas que não te digo porque não tenho a necessidade de o fazer. Com o tempo, vais acabar por me conhecer sem ser preciso eu te dizer uma única palavra. Aí, vais saber que estamos apaixonados. E que apareças amanhã, ou te decidas que é comigo que deves estar, daqui a uma semana, daqui a uns meses, ou mais que isso, serás sempre bem-vindo. Quem nos ama de verdade, quem fica de verdade e nos olha por dentro, é sempre bem-vindo, seja qual for a fase e as pessoas que estejam na nossa vida. Nunca deixem fugir o homem que vos defende incondicionalmente, não há forma melhor de sabermos se estamos apaixonados por alguém, quando a vontade de os proteger é maior do que cuidarmos bem de nós" (Ines Alegre)

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