Saturday, June 20, 2015

Eu não quero que o meu passado triste conheça o meu Futuro feliz. Não quero.

"Não quero que o meu passado triste apareça esfarrapado, vestido de preto e de cansaço e venha dar avisos ao meu futuro que ainda não teve tempo de ser feliz, muito menos será se o meu presente estiver amedrontado. O meu futuro tem vontade e esperança. É agil, tem fome de ser feliz. O meu passado desistiu, baixou os braços, envelheceu como se tivesse engolido um relogio e deixou--se ficar no sítio das coisas que quase foram coisas. Não quero que se cruzem, não quero que se falem nem que se misturem. O meu Presente vive entre estes dois, confuso. Vive a tirar o pó do que já foi para poder colocar coisas novas nas estantes. Sorrisos novos, abraços novos, manhãs novas, amores novos. Vive a gerir as catástrofes que por aqui passaram para que eu possa plantar árvores. Eu não queria que o meu passado triste asssustasse o meu futuro feliz mas, sem me aperceber, o meu futuro feliz envergonhou-o. Passou por ele com ar de primavera, vestido a rigor; e o meu passado, de tanta vergonha, nunca mais saiu de casa". [ Carolina Deslandes ] Largar o que já não (nos) serve. Abrir espaço e abrir o peito para o que preenche mais.

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