'Podia ter-te dado o mundo. O que de melhor há em mim. Podíamos ter construído um universo à nossa medida. Grande-a-fugir-pro-mais-que-infinito não te servia? Pelos vistos não. Devia ter percebido os teus sinais. Ou a ausência deles.
E acabaram-se assim as ilusões. Os desejos. O meu tudo que teimava acariciar o teu nada.
Mas quero que sejas feliz. É isso que desejamos sempre às pessoas que passam pela nossa vida e deixam um pouco de si, não é?
E tu, quer queiras quer não, construiste um bocadinho do meu coração. E isso não me vais tirar nunca. Desmanchaste o meu sorriso ontem, é certo. Mas hoje pego na luz do sol e em lápis de cor e pinto-o de novo. Melhor e mais bonito. Porque há uma vida que me espera. E essa eu não vou deixar escapar. Nunca. Nunca. Nunca.
Até nunca mais.'
Monday, February 23, 2009
Sunday, February 15, 2009
Saturday, February 14, 2009
Está na hora de ir.
'De guardar as coisas boas e crescer com as más. O sol. Apareceu. Talvez para me fazer acreditar que os dias vão ser melhores. Tudo o vivi ficará trancado neste quarto. Só para nós os dois. Não entendo muitas coisas. Ou quero não entender. O tempo passa rápido. Demais. Está na hora de ir. Levo-te comigo num sonho. Um sonho que é só meu. Que foi meu. Foste meu. As coisas são simples assim. E está na hora de ir.'
Thursday, February 12, 2009
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava. Acreditava porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis. Mas isso era no tempo dos segredos. Era no tempo em que o teu corpo era um aquário. Era no tempo em que os meus olhos eram dois peixes verdes. Hoje são apenas os meus olhos.
[Eugénio de Andrade]
[Eugénio de Andrade]
[porque-estou-quase-assim:)
Não acredito no amor: no mundo, nos sentimentos e na vida, em geral.
Acho que é esta a razão pela qual me sinto tão perdida. não acredito em nada com força suficiente para esperar que as coisas façam sentido e cheguem a algum lugar. já acreditei muito e depois, não sei se foi num dia ou em todos os dias depois daquele, fui deixando que a fé me fugisse.
[http://confinsdonada.blogspot.com/]
Acho que é esta a razão pela qual me sinto tão perdida. não acredito em nada com força suficiente para esperar que as coisas façam sentido e cheguem a algum lugar. já acreditei muito e depois, não sei se foi num dia ou em todos os dias depois daquele, fui deixando que a fé me fugisse.
[http://confinsdonada.blogspot.com/]
Wednesday, February 11, 2009
What do women want?
As mulheres nao querem ser definidas, antes compreendidas. As mulheres querem uma piada q as faça rir bonitas, nao uma piada q as faça rir por rir. As mulheres nao querem que os homens perguntem permanentemente o q é q querem. As mulheres escolhem inúmeras vezes a roupa, nao porque são instáveis ou porque têm dificuldades de decisão, mas pra verem sequencialmente o seu corpo - as roupas são o espelho. As mulheres desejam q aos seus ouvidos se reze insistentemente e em voz baixa. Elas desejam q os homens adivinhemos seus desejos, q lhes digam palavras rudes com ternura, q lhes digam palavras ternurentas com violência, q a paixão seja inventada(pq qd 1 mulher tem prazer sai do seu corpo). As mulheres querem visitar a sua mãe sem medo dela, falar com o seu pai sem medo dele; querem a inocência do medo da infância. As mulheres querem q os homens fechem a porta à noite pra elas a abrirem de manhã. Querem ter 1filho pra n se matarem de amor por uma única pessoa. As mulheres querem ter a esperança de n ser elas, pelo menos 1 vez por mês. Elas querem falar com as amigas (ou amigos) o q o seu homem n sabe ouvir. Querem q o seu homem entenda q ele nem sempre é seu assunto preferido. Querem dançar pra os outros homens pra chamar o seu para perto de si. As mulheres querem ser ressarcidas dos seus erros, querem q acreditem nelas quando mentem, q duvidem delas qd dizem a verdade. As mulheres querem ser perfeitas dentro das suas imperfeições. Querem ser olhadas nos olhos, na menina dos olhos.Querem viver o q n entendem. Querem dizer o q sofrem pra n sofrer do msm. Querem ter sonhos eróticos pra substituir as lembranças passadas. Querem (queriam!) criar 1outra mulher dentro de si, 1outra mulher q as contradiga. As mulheres, ao andar,querem sentir olhos nas costas, n assobios ou piropos. As mulheres querem descansar num colo. Querem q 1homem as ajude a enterrar o passado e, ao mesmo tempo, a desenterrar o futuro. Querem ser surpreendidas com um beijo nos ombros. Querem descobrir, nem tarde nem cedo demais, o q a vida quer delas. Querem q os homens fechem as antigas relações e a pasta de dentes. As mulheres n querem q os homens falem por elas.
What do men want?
Os homens, assim de repente, n querem nda. Querem descobrir o q querem a meio do caminho. Sendo vaidosos, n querem ser excessivamente elogiados, senão pensam, automaticamente, q tão a ser gozados. Querem dormir qd n aguentam mais acordados, nunca por opção. Querem deixar de ser eles próprios e procuram-no viajando.Querem sentir-se inteiros qd desfazem as malas. Os homens n querem o meio-termo. Querem ficar sossegados a dois e chamar a atenção em público. Falam + do q devem e calam-se a + do q podem.N se querem explicar qd erram. Criticam a sogra cm forma de magoar a mulher. Ofendem cm forma de se magoar a si próprios. Antes de decidir já disseram sim a td. Qd lhes falta o desejo querem,sempre,ter razão. Querem almoçar mt depressa e jantar com mta calma. N gostando de mistérios, gostam de ter segredos pra contar aos amigos. Querem o passado ao seu lado de mãos dadas. Gostam de sair pra poderem voltar. Querem arrecadar a sua infância numa gaveta. N querem estar cansados. Querem mostrar boa disposição msmo qdo tão cansados. Querem consolar pra evitar chorar. Querem amizade qd falam de sexo, querem sexo qd falam de amizade. Querem mostrar-se pacientes. Querem o emprego do amigo. Querem o prato da mesa ao lado. Querem fazer sofrer + do q já sofreram. Numa conversa, fingem q sabem o q n percebem e tentam perceber durante a msma. Querem amar sem data de início. Querem casar sem assinar os papéis. Querem os seus lugares preferidos. Querem ter 1confidente pra n se trairem. Querem usar a roupa até ao seu fim.Querem carregar os sacos das compras, n querem ser convidados a fazê-lo. Querem ouvir o seu nome pra voltarem à conversa. Querem beber sozinhos a sua ressaca. Querem jogar futebol com os amigos pra voltarem a ser pequenos. Querem ter a última palavra. Querem ser desejados por vaidade. Querem esperar à porta pra pressionar. Querem chegar atrasados pa n ter de esperar. querem viver depressa para evitar desabafar. Querem arrepender-se do q n fizeram. Preferem ser esquecidos do q pouco lembrados. Querem começar o que ainda n acabaram. Querem q a mãe, em jantares de família, se cale antes de falar deles. Querem expectativas pra n desistirem. Querem desistir das expectativas. Querem aprisionar e interrogar os ciúmes. Querem tlfonar sem nda pra dizer. Querem ser pais dos seus próprios pais.Querem amar os filhos cm se fossem eles próprios os filhos. Querem deixar dúvidas. Querem a aparência de 1 aventura. Querem descobrir a sua mulher pela sua respiração. Querem transformar os seus deveres nos seus direitos.Querem dominar os seus impulsos.Querem reconhecer-se no escuro.Querem avançar pra se repetirem. Querem recuar pra se repartirem.Querem morrer de mãos dadas.
What do men want?
Os homens, assim de repente, n querem nda. Querem descobrir o q querem a meio do caminho. Sendo vaidosos, n querem ser excessivamente elogiados, senão pensam, automaticamente, q tão a ser gozados. Querem dormir qd n aguentam mais acordados, nunca por opção. Querem deixar de ser eles próprios e procuram-no viajando.Querem sentir-se inteiros qd desfazem as malas. Os homens n querem o meio-termo. Querem ficar sossegados a dois e chamar a atenção em público. Falam + do q devem e calam-se a + do q podem.N se querem explicar qd erram. Criticam a sogra cm forma de magoar a mulher. Ofendem cm forma de se magoar a si próprios. Antes de decidir já disseram sim a td. Qd lhes falta o desejo querem,sempre,ter razão. Querem almoçar mt depressa e jantar com mta calma. N gostando de mistérios, gostam de ter segredos pra contar aos amigos. Querem o passado ao seu lado de mãos dadas. Gostam de sair pra poderem voltar. Querem arrecadar a sua infância numa gaveta. N querem estar cansados. Querem mostrar boa disposição msmo qdo tão cansados. Querem consolar pra evitar chorar. Querem amizade qd falam de sexo, querem sexo qd falam de amizade. Querem mostrar-se pacientes. Querem o emprego do amigo. Querem o prato da mesa ao lado. Querem fazer sofrer + do q já sofreram. Numa conversa, fingem q sabem o q n percebem e tentam perceber durante a msma. Querem amar sem data de início. Querem casar sem assinar os papéis. Querem os seus lugares preferidos. Querem ter 1confidente pra n se trairem. Querem usar a roupa até ao seu fim.Querem carregar os sacos das compras, n querem ser convidados a fazê-lo. Querem ouvir o seu nome pra voltarem à conversa. Querem beber sozinhos a sua ressaca. Querem jogar futebol com os amigos pra voltarem a ser pequenos. Querem ter a última palavra. Querem ser desejados por vaidade. Querem esperar à porta pra pressionar. Querem chegar atrasados pa n ter de esperar. querem viver depressa para evitar desabafar. Querem arrepender-se do q n fizeram. Preferem ser esquecidos do q pouco lembrados. Querem começar o que ainda n acabaram. Querem q a mãe, em jantares de família, se cale antes de falar deles. Querem expectativas pra n desistirem. Querem desistir das expectativas. Querem aprisionar e interrogar os ciúmes. Querem tlfonar sem nda pra dizer. Querem ser pais dos seus próprios pais.Querem amar os filhos cm se fossem eles próprios os filhos. Querem deixar dúvidas. Querem a aparência de 1 aventura. Querem descobrir a sua mulher pela sua respiração. Querem transformar os seus deveres nos seus direitos.Querem dominar os seus impulsos.Querem reconhecer-se no escuro.Querem avançar pra se repetirem. Querem recuar pra se repartirem.Querem morrer de mãos dadas.
Quis-te por perto mas a palavra era pouca.
Resolvi, então, a saudade: com lápis de cor pintei o teu nome...!
Espelho meu, espelho meu, diz-me se há alguém que abomine mais o S.Valentim do que eu?!
[... É que não há mesmo saco para a fantochada consumista em torno deste dia!]
Black.
I know someday you’ll have a beautiful life,
I know you’ll be a star
In somebody else’s sky, but why
Why, why can’t it be,
why can’t it be mine?!?
[7...]
I know you’ll be a star
In somebody else’s sky, but why
Why, why can’t it be,
why can’t it be mine?!?
[7...]
Tuesday, February 10, 2009
Sunday, February 8, 2009
O tempo é curto, para nos prendermos a coisas sem importância.
Vamos correr , não atrás do prejuízo, esse já se foi, o melhor é seguir rua acima e alcançar as alegrias.
Eu sou o meu melhor amigo.
'Sou franco comigo e com os outros. Não
adio, não iludo, não fujo com o rabo à
seringa, não me engano a mim mesmo.
Ainda que não goste de tudo o que vejo.
Mesmo que nem esteja a ver bem claro.
Ainda que não saiba como resolver isto
ou aquilo. É o momento de discernir.
De cerrar o olhar e dar com as coisas
de frente. Isto é bom para mim, ou não?
Esta relação é positiva para nós, ou
não? Seja amores, trabalho, família ou
amigos. O que penso bate certo com o
que sinto? Afinal, estou a ser verdadeiro
comigo, ou não? Sim, eu sou o meu
melhor amigo.'
adio, não iludo, não fujo com o rabo à
seringa, não me engano a mim mesmo.
Ainda que não goste de tudo o que vejo.
Mesmo que nem esteja a ver bem claro.
Ainda que não saiba como resolver isto
ou aquilo. É o momento de discernir.
De cerrar o olhar e dar com as coisas
de frente. Isto é bom para mim, ou não?
Esta relação é positiva para nós, ou
não? Seja amores, trabalho, família ou
amigos. O que penso bate certo com o
que sinto? Afinal, estou a ser verdadeiro
comigo, ou não? Sim, eu sou o meu
melhor amigo.'
Eu sempre disse que não queria ser grande.
'Eu gostava quando a ingenuidade e a inocência me tapavam os olhos. Porque é que teve que vir uma tal de realidade para os abrir?
Passam dias, meses, anos. Acontecem muitas coisas boas. Mas porque é que as más, que acontecem antes e depois, são sempre mais intensas? E, normalmente, duram sempre mais tempo também. Há quem diga que é para darmos valor às coisas realmente boas. Mas eu não acredito nisto.
Quando acontecem coisas más, nós criamos defesas, aprendemos a controlar impulsos e expectativas, ganhamos medo. E, depois, são essas mesmas defesas, ausência de impulsos e esse medo que, não raras vezes, nos fazem afastar as coisas boas ou, pelo menos, não as vivermos com a mesma intensidade com que vivemos as más. Onde é que entra o valor?
Eu gostava de ser criança, naquela altura o maior problema que eu podia ter era a professora ralhar comigo por eu não ter feito os trabalhos de casa.
Crescer tem sinónimos como maturidade, responsabilidade, metas, estratégias e mais uma quantidade de palavras complicadas.
O que eu gostava mesmo, mesmo era de poder construir um meio-termo: poder ser hoje a mais responsável e madura e, amanhã, andar a brincar às escondidas pela casa e ter alguém que cuide de mim.
Mas, infelizmente, já não tenho companhia para jogar às escondidas e, muito menos, quem cuide realmente de mim.
E agora, àqueles que me perguntam “o que é que te aconteceu?”, aqui têm a resposta: cresci!
Deixei de acreditar no mundo cor-de-rosa que pintava, já não acredito que as coisas más só acontecem aos maus, já não defendo que amanhã vai ser um dia melhor e, muitos menos, que uma gargalhada é a melhor terapia.
Hoje, agarro-me a tudo o que conquistei, às poucas pessoas realmente boas que conheci, aos momentos em que fui feliz e torno-me forte.
Essa força ajuda-me a continuar a crescer e a construir, possivelmente, algo melhor.'
Passam dias, meses, anos. Acontecem muitas coisas boas. Mas porque é que as más, que acontecem antes e depois, são sempre mais intensas? E, normalmente, duram sempre mais tempo também. Há quem diga que é para darmos valor às coisas realmente boas. Mas eu não acredito nisto.
Quando acontecem coisas más, nós criamos defesas, aprendemos a controlar impulsos e expectativas, ganhamos medo. E, depois, são essas mesmas defesas, ausência de impulsos e esse medo que, não raras vezes, nos fazem afastar as coisas boas ou, pelo menos, não as vivermos com a mesma intensidade com que vivemos as más. Onde é que entra o valor?
Eu gostava de ser criança, naquela altura o maior problema que eu podia ter era a professora ralhar comigo por eu não ter feito os trabalhos de casa.
Crescer tem sinónimos como maturidade, responsabilidade, metas, estratégias e mais uma quantidade de palavras complicadas.
O que eu gostava mesmo, mesmo era de poder construir um meio-termo: poder ser hoje a mais responsável e madura e, amanhã, andar a brincar às escondidas pela casa e ter alguém que cuide de mim.
Mas, infelizmente, já não tenho companhia para jogar às escondidas e, muito menos, quem cuide realmente de mim.
E agora, àqueles que me perguntam “o que é que te aconteceu?”, aqui têm a resposta: cresci!
Deixei de acreditar no mundo cor-de-rosa que pintava, já não acredito que as coisas más só acontecem aos maus, já não defendo que amanhã vai ser um dia melhor e, muitos menos, que uma gargalhada é a melhor terapia.
Hoje, agarro-me a tudo o que conquistei, às poucas pessoas realmente boas que conheci, aos momentos em que fui feliz e torno-me forte.
Essa força ajuda-me a continuar a crescer e a construir, possivelmente, algo melhor.'
Mãe, eu não quero ser grande!
'Quero olhar para as árvores e pensar sempre que elas tocam no céu, quero imaginar que vivem anjos nas nuvens, que não existem horas nem minutos, só existe dia quando já há luz e noite quando as estrelas e a lua iluminam as ruas, lá ao fundo da janela, feitas de mil luzinhas brilhantes amarelas e brancas.
Mãe, eu não quero crescer. Quero continuar a achar que a casa é tão grande que posso fazer corridas até ficar com a língua de fora, puxar sempre um banco para ir buscar as bolachas que estão escondidas na ultima prateleira do armário e fazer equilibrismo cada vez que tenho que sair da banheira.
Eu sei que estou a crescer. Os sapatos deixam de me servir de um mês para o outro, as calças começam a ficar curtas e as mangas das camisolas já não apertam e também encurtam, caem-me dentes todas as semanas e já me disseram lá na escola que agora é que vou ter dentes a sério como os crescidos, mas eu não acredito, quero os meus dentes de volta para poder mastigar o pão com doce que a Lu me dá quando chego da escola. Também me dizem que vou ter livros, canetas e cadernos, vou aprender a ler, a fazer contas, mas isso eu não me importo. O pior é que depois não vou ter tempo para ir ao escorrega e para andar de baloiço, encher a cara de areia, esconder-me atrás dos troncos das árvores muito direitinha para ninguém me encontrar. A mãe encontra-me e conta-me a história daquela sereia que queria ser uma menina, da baby-sitter que voava pendurada num chapéu, do rapaz pobre que encontra uma lamparina e descobre que o seu melhor amigo é um génio, da menina que derreteu o coração de um monstro e da índia que se apaixona por um inglês. Ponho o cinto de segurança porque pode aparecer um senhor quase sempre de bigode vestido de azul com um boné a dizer policia que mande parar o carro e dê um papel cheio de letras que deixam a minha mãe mesmo irritada.
Pelo caminho há muitos risquinhos brancos e muitos candeeiros que quase tocam no céu, tantos que desisto de os contar e então fecho os olhos e sonho com histórias de príncipes e princesas, com batatas fritas e coca colas, gomas e chocolates e adormeço.
Quando crescer tenho medo de andar sempre cansada, de já não gostar de ver o mesmo filme três vezes seguidas, de não me divertir a jogar a macaca e ás escondidas, de cantar até me doer a garganta e de fazer castelos na areia.
Sei que ainda faltam muitos anos para que todas essas coisas aconteçam e enquanto esses dias não chegam, só me apetece brincar, dar beijinhos ás pessoas de quem gosto e pensar que está mesmo para breve a minha viagem de volta ao mundo num balão de ar quente cheio de cores…' *
Mãe, eu não quero crescer. Quero continuar a achar que a casa é tão grande que posso fazer corridas até ficar com a língua de fora, puxar sempre um banco para ir buscar as bolachas que estão escondidas na ultima prateleira do armário e fazer equilibrismo cada vez que tenho que sair da banheira.
Eu sei que estou a crescer. Os sapatos deixam de me servir de um mês para o outro, as calças começam a ficar curtas e as mangas das camisolas já não apertam e também encurtam, caem-me dentes todas as semanas e já me disseram lá na escola que agora é que vou ter dentes a sério como os crescidos, mas eu não acredito, quero os meus dentes de volta para poder mastigar o pão com doce que a Lu me dá quando chego da escola. Também me dizem que vou ter livros, canetas e cadernos, vou aprender a ler, a fazer contas, mas isso eu não me importo. O pior é que depois não vou ter tempo para ir ao escorrega e para andar de baloiço, encher a cara de areia, esconder-me atrás dos troncos das árvores muito direitinha para ninguém me encontrar. A mãe encontra-me e conta-me a história daquela sereia que queria ser uma menina, da baby-sitter que voava pendurada num chapéu, do rapaz pobre que encontra uma lamparina e descobre que o seu melhor amigo é um génio, da menina que derreteu o coração de um monstro e da índia que se apaixona por um inglês. Ponho o cinto de segurança porque pode aparecer um senhor quase sempre de bigode vestido de azul com um boné a dizer policia que mande parar o carro e dê um papel cheio de letras que deixam a minha mãe mesmo irritada.
Pelo caminho há muitos risquinhos brancos e muitos candeeiros que quase tocam no céu, tantos que desisto de os contar e então fecho os olhos e sonho com histórias de príncipes e princesas, com batatas fritas e coca colas, gomas e chocolates e adormeço.
Quando crescer tenho medo de andar sempre cansada, de já não gostar de ver o mesmo filme três vezes seguidas, de não me divertir a jogar a macaca e ás escondidas, de cantar até me doer a garganta e de fazer castelos na areia.
Sei que ainda faltam muitos anos para que todas essas coisas aconteçam e enquanto esses dias não chegam, só me apetece brincar, dar beijinhos ás pessoas de quem gosto e pensar que está mesmo para breve a minha viagem de volta ao mundo num balão de ar quente cheio de cores…' *
Wednesday, February 4, 2009
Não sou poeta, mas adoro poesia e acredito que exista um pouco de poesia em todos nós.
não sou melhor amiga, mas adoro os meus amigos e acredito que exista um pouco de amigo em todos nós. Não sou fotografa, mas adoro fotografias e acredito que exista um pouco de fotógrafo em todos nós. Se soubesse fazer poemas, juntava todas as palavras e ideias numa só obra, uma combinação mágica e perfeita de palavras que demonstrariam, da forma mais clara e simples, tudo o que uma fotografia sabe capturar de um puro momento entre amigos. Como não o sei fazer, faço o que posso. E daqui a uns anos acho que posso mostrar uma pequena fotografia dos meus amigos e descrevê-la como se fosse um poema.
Viver não custa. Custa saber viver.
'Porque a felicidade não está em viver, mas em saber viver. Não vive mais o que mais vive, mas o que melhor vive, porque a vida não mede o tempo, mas o emprego que dela fazemos'.*
Sunday, February 1, 2009
Subscribe to:
Posts (Atom)