As pessoas não querem uma vida fácil, sob pena de serem categorizados desse modo. Não fosse isso e teriam. Mas ninguém quer ser uma mulher de vida fácil. Ou um homem. Ter uma vida fácil – Deus Credo! - é como ter nascido rico e não ter feito nada para conseguir o que quer que seja. As pessoas nascem ricas e não têm culpa disso, mas a vida que temos depois daí, é culpa nossa. Pobres ou ricos, temos de nos fazer à vida. Mas há quem não se faça ao lance, com medo de sair lesionado, com a impressão que nunca conseguirá vencê-lo, com a ideia estabelecida de que já está tudo feito. Mentira. Está tudo por fazer. O jogo é nosso. Digam lá que isto não parece um texto a anunciar a nova PlayStation? Parece, não é? Mas não, mas não.
O que quero dizer é que há pessoas encardidas com a vida que levam. Há mulheres divorciadas sem nunca se terem casado, há homens que vivem uma inquietante viuvez sem que ninguém lhes tenha morrido. E tudo isto, por culpa nossa. Não tenham dúvidas, na nossa vida somos culpados de tudo, até mesmo da falta dela. Reparem só, havendo um crime sobre nós, nós somos os seus primeiros cúmplices. Experimentem cair de um 3º andar, de nos encontrarem mortos na nossa casa e é certinho que a primeira pergunta que se coloca é se não teremos sido nós a fazê-lo. E corresse ainda o sangue, quase aposto que nos levariam a tribunal para averiguações.
Daí que sejamos tudo o que temos e culpados por isso. Não há advogado algum que nos safe. Ninguém me venha dizer que não tem culpa dos amigos que tem, nem do emprego, nem do patrão, nem do clube, nem dos filhos, nem dos políticos, nem do país, nem do sistema, nem do tempo, nem da televisão. Nós somos culpados de tudo o que temos. E também do que não temos. Mas isso é a vida. Que como todos sabemos, ainda é nossa!
Fernando Alvim
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment